sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Lembranças.

Lembro da porta do seu quarto, em tom de verniz.
Lembro de sua cama com uma colcha azul por cima.
Lembro de seu par de chinelo em baixo da cama.
Lembro do meu nome escrito dentro de seu guarda-roupa.
Lembro de camisas vermelhas.
Lembro do simples pão, misturado no nescau gelado.
Lembro do seu teclado.
Lembro de sua calça de moletom, azul marinho.
Lembro do nosso primeiro encontro, o qual, você chegou atrasado.
Lembro do primeiro bombom Sonho de Valsa que me deu.
Lembro do seu aparelho dividido com a sua e a minha cor favorita.
Lembro de sua mania de arrancar a pelinha da mão.
Lembro de seu violão.
Lembro do dia em que me pediu em namoro.
Lembro de seu casaco azul, com perfume infinito.
Lembro da cidade Oiapoque.
Lembro da música Wish You Were Here.
Lembro que o nosso amor era sempre menor que ontem e maior que amanhã.
Lembro da frase "nunca é tarde para recomeçar".

"Há sempre uma pessoa na sua vida, à qual, nao importa o que ela faça, você apenas não pode deixa-lá ir"

A meia-noite.

Ao toque dos sinos, sai correndo, esqueci que tudo voltaria a ser como antes. Cheguei em casa, subi correndo em direção ao sótão, onde era meu quarto. Deitei-me na cama e me entreguei ao sonho que iria me levar pela noite mais linda de todas.
Eu estava agora, com um vestido azul e sapatos de cristal. Suando de nervosismo, fui até a porta, e já na varanda, esperei que ele chegasse, instantes depois, lá estava ele em seu Volvo prata. Os olhos sorriam em minha direção, havia um ar de sedução, romantismo, que fazia meu coração pulsar cada vez mais forte.
Chegamos a festa, os convidados todos olharam em nossa direção, mas nem me importei, estava feliz demais. Dançamos por uma hora, depois senti uma dor em meu pé, indicando que meu velho All Star fazia falta. Ele gentilmente me levou até a entrada, e sentamos em um lindo banco decorado.
Conversamos até que aconteceu o épico momento do beijo; o assunto acabou, ele segurou minha mão e aconteceu. Quem iria esperar que já seriam meia-noite? Bom, era. Então tive que voltar para casa, não tive tempo de me despedir, e nem mesmo meu sapato ficou na escada. Mas de que isso importa? Sei tudo que preciso saber sobre ele; que me ama, e é meu melhor amigo.